joão bernardo (in progress)
Outro Plano (2020)

quantas vezes você já quis voltar no tempo,
ter a oportunidade de refazer um momento
sem que tenha errado tanto?
quantas vezes você já chorou aos prantos
sentiu tristeza e ódio de si mesmo e
sem perceber, estava carregando um grande peso?

nessas horas de controle emocional
de deixar para trás tudo de superficial
que você entende o seu valor
e a vontade de voltar no tempo some
afinal, você não seria forte
se não tivesse passado por essa dor

nem sempre a gente quer um novo começo
e está tudo bem, é realmente traumatizante
a ideia de uma nova vida, uma nova vibe
mas basta fazer um pouco de esforço,
que a maturidade te recompensa em dobro
e você não se sente mais insignificante

Ser homem é assumir a responsabilidade de uma história. Muitas vezes nem nos damos conta do que estamosfazendo - não que isso seja justificável para todas as ações que atuamos - justamente por conta de uma estrutura social na qual é muito debatida hoje em dia: o patriarcado, o empoderamento masculino, o machismo.Considerando todos os fatores que compõem a minha vida, que seriam: homem, cis, aparentemente hetero,branco, classe média mas que vive uma vida de média/alta, olho azul (ate isso é motivo para discussões, acredite ou não) e alto, aposto na possibilidade de que talvez seja importante considerar o meu lugar na sociedade, o lugar que eu ocupo e entender que isso nao é realidade para muitos do meu país. Não concordo em existir um "lugar de fala”, pois para mim, direito de expressão é absoluto, mas, afinal, não é totalmente absurdo essa ideia de "situar-se", tampouco descartável. Acredito que todos temos espaço para debater ideias, assim, as pessoas se expressam e a espécie humana em geral evolui (observação: propriedade intelectual não existe)
-Ser homem é reconhecer seus privilégios (juro que odeio essa palavra pois ao meu ver, não faz muito sentido)morais. Eticamente - falo da jusnaturalistica - somos todos iguais e não há diferenças nisso, todos devemos pos-suir direito a vida, liberdade e propriedade. Mas quando a discussão é "o que é ser homem?”", alguns lembramque não sofremos assédio, não somos estuprados e etc., mas esquecem que a questão não é uma comparaçãoentre os gêneros, sim um entendimento sobre os gêneros. Não é porque as mulheres são muito mais violentadase abusadas em relação aos homens, que temos de descartar os fatos: homens também sofrem assédio e talvezestupro - muitíssimos poucos casos, mas existe. Não digo que, ao dizer isso, devemos dar prioridade para essaspautas, até porque o problema das mulheres é muito maior, mas devíamos incentivar os homens a falar sobretambém. Vamos aos exemplos: 85% dos suicídios sao cometidos pelos homens. O motivo? Desde pequenos eles são ensinados a serem fortes o tempo inteiro, nao falar sobre sentimentos e etc. Quando digo "eles", nao referindo-me ao grupo, é porque eu tive uma criação um tanto quanto diferente. Tenho liberdade para falar tudo que quiser com meus pais (quase tudo pelo menos). Talvez seja um pouco de egoísmo e admito que seja, todavia, eu sou diferente por isso. Sofro um pouco de bullying (não considero, mas digamos que seja a palavra que melhor se encaixa) por agir de maneira "afeminada"? (aspas pois, o que é ser afeminado? Considerando a ideia de que não existem coisas exclusivamente para homens nas quais a mulher nao possa usar?) É, pode se dizer que sim. Mas a ideia disso estar ultrapassado ja me consumiu e hoje não me importo mais. A dúvida que fica: e aqueles que se importam? Fica por isso mesmo? Eu digo que não. Assim como mulheres, não apenas feministas militantes, mas mulheres, se reúnem para falar sobre essas atitudes muitas vezes inconsistente e automática enraizada em nossas mentes, por que homens não podem?

o porquê de pensar e agir em diversas situações

Bernardo, João. Out. 2019

Vai dar tudo certo

Bom, receber uma intimação para comparecer em uma delegacia não soa nada agradável para ninguém, especialmente se você for menor de idade e tiver uma mãe como a minha que é extremamente preocupada e não sabe lidar muito bem com os problemas - ela acaba fugindo deles de formas “não convencionais”. Talvez essa seja a pior sensação possível para um filho, afinal, ver a sua própria mãe lamentar-se por um b.o (literalmente) que não fora intimado à ela ou pior, não fora influenciado por ela é, no mínimo, desagradável.Os dias que se seguiram foram focados apenas nesse assunto: como resolver, quem contatar, quando agir e etc. Admito que não foi fácil, mas conforme o tempo foi passando as coisas foram se acertando. Falar com um advogado aos 16 anos até seria cômico se não fosse trágico: parece aquelas cenas de filme ou série, não achei que isso estava realmente acontecendo até chegar o dia do depoimento. Frases como “fique tranquilo” ou, a pior, “vai dar tudo certo” se tornam presentes em situações como essa. Felizmente eu sou uma pessoa que até tem ansiedade (quem não tem no mundo contemporâneo?, até parece que está na moda) mas que conseguiu reagir bem. Não tem para onde fugir, a verdade e apenas a verdade é sua aliada nessa hora. Ao chegar na delegacia, comecei pela primeira vez na vida a suar nas mãos. Não por nervosismo mas por inquietude. A ruptura da tensão se deu quando o delegado (um homem alto, gente boa e querido), ao chegar na salinha que eu iria depor, perguntou a moça: “Opa, ato infracional de…?” e ela responde “ah.. estupro”, e ele “ah então ta bom”, e saiu normalmente. A palavra “estupro” carrega um peso enorme, mas atualmente, juridicamente falando, juntaram dois crimes em um só e qualquer (enfoque no qualquer, no seu sentido real) assédio hoje pode ser denunciado como tal. Sinceramente? Isso virou várzea. Inicia-se então o depoimento: começamos com a minha versão dos fatos e logo em seguida a mulher que estava presente (não era a delegada, ufa uma pressão a menos) passa a fazer algumas perguntas. Esta me questiona e a outra menina ao lado dela ia digitando. Nada demais, nada extraordinário que exigisse ajuda do meu advogado - que chique falar “meu advogado”. Achei que fosse ser igual o FBI, perguntas complexas que fizessem eu me contradizer e assinar minha própria morte mas não, se houveram duas perguntas que saíram do “sim ou não” foi muito. Foram cerca de 30 minutos que ficamos naquela sala e tudo ocorreu como o esperado. Ao sair, fiquei feliz de tirar esse “peso” das costas. Por mais que não tenha acabado ali, já é um sinal de que as coisas estão se encaminhando para o ponto final dessa história (nunca é um final mas enfim) e só nos resta aguardar a decisão do juiz.

maio, 2021
Bom, sinceramente eu não faço ideia do que seja a adolescência. É uma
mistura do “talvez” com o “não sei”. É a fase dos hormônios a flor da
pele, que infelizmente (ou felizmente) mudam - e muito, a convivência
com as outras pessoas.

Talvez essa parte marcante da vida seja o período da contradição:

onde tudo é intenso e o que mais importa é o agora, sendo que ao
mesmo tempo pensamos e arquitetamos o nosso futuro (incluindo toda a
pressão social para que tenhamos uma boa vida profissional e tudo
mais).

Adolescência talvez seja a época em que você nao sabe se considerar
uma criança ou um adulto. E a fase em que queremos estar no auge da
maturidade simplesmente por termos a razão do nosso lado.

Adolescência talvez seja a época em que absolutamente ninguém entende
os adolescentes: os idosos, já não se lembram mais de como era;
os adultos os odeiam pelo fato de ainda nao haver maturidade; as
crianças os odeiam por serem chatos e por fim, nem mesmo os próprios se
gostam, tão pouco se dão bem.


Adolescência talvez seja o conjunto de sentimentos inexplicáveis e
incompreensíveis do sentir, do deixar agir. São experiências que querendo
ou não, farão parte da sua vida.

Bernardo, João. Dez, 2018


Permita-se errar (Outubro 2020)

A fase mais marcante de nossas vidas certamente fica entre a infância e a adolescência. Algo que mais me recordo é de meus 8/9 anos e pensava quando iria fazer coisas erradas, coisas "de adulto" - como quando teria relações sexuais, quando iria beber ou fumar e coisas desse tipo. Porém, sabemos que não é bem assim: tudo pode mudar conforme as situações em que a vida te coloca. No meu caso, a vida me botou em más lençóis (me refiro a momentos e vivências, não à minha criação) e fui obrigado a amadurecer um tanto quanto cedo. De forma clara, antes dos meus 15 já fiz tanta merda que a cota de responsabilidade acabou batendo na porta. Por mais que muitas pessoas se arrependam do passado por terem tido más escolhas, eu fico extremamente contente de ter feito todas as burradas que fiz com essa idade, pois assim tive a oportunidade - e estou tendo - de mudar e agir diferente. A minha teoria é de que existem dois tipos de pessoas: a primeira pessoa é aquela centrada, que possui ética e errou pouco a ponto de não precisar de choques de realidade ou porradas da vida para aprender. Já a segunda, é a problemática, que teve de sofrer muito com problemas adversos (muitas vezes vários ao mesmo tempo) para mudar e aprender a viver, e é óbvio que eu faço parte do segundo tipo. Para ser sincero, até estava tudo bem, eu me desenvolvendo e criando a minha essência, até que chegou o monstro gigante que se chama: adolescência. Ninguém sabe bem ao certo definir o que é propriamente dito a adolescência, afinal, é tanta coisa junto que acaba sendo tudo, mas calma que eu vou explicar. Essa fase é a fase clássica de não saber bem quem você é, ter diversas pressões de diferentes origens existindo na sua cabeça, é a fase que parece que todas as suas relações e tudo que envolve pessoas é mais intenso e mais cheio de cor. É a fase do ápice dos sentimentos, achar que está muito bem e no melhor momento da vida... só que não haha. Inclusive, essa é a fase de querer pertencer a algo ou alguem, seja a uma pessoa amada ou um grupo de amigos. E isso implica em diversas situações, como querer agradar a todos e fazer coisas que não gostaria de fazer apenas com o intuito de ser o "cara legal", de ser o "gente boa". Eu sofri isso em poucas situações justamente porque sempre tentei procurar ser mais autêntico possível, mas infelizmente acabou que não deu muito certo. Não deu muito certo porque eu criei um personagem e coloquei todos os sentimentos nele, criando o que seria "o cara perfeito" para mim (nota: estou escrevendo isso e soa muito ridículo, perdão a falta de maturidade). Mas esse cara perfeito tinha muitas falhas, se não só isso: tentei sobrepor minhas qualidades e aperfeiçoa-las, passando por cima de várias pessoas que eram importantes pra mim, resultando em um babaca por completo. Felizmente, todos esses erros me fizeram aprender e amadurecer muito, além de acentuar quem eu realmente sou. Eu gostaria de te parabenizar ok? Pois esse processo todo foi cheio de ganhos e principalmente perdas, mas que no fim só tinham o propósito de te fazer crescer, melhorar, viver. Todas as incertezas e indecisões se tornaram ações, autonomia e uma pessoa determinada, determinada a mudar. Não há problema em errar, todos nós erramos (sim boa parte do meu texto soa o que todos dizem, um clichê, mas no fim das contas é isso aí mesmo, nem sempre o clichê é ruim não é mesmo?). O problema está em não fazer diferente, não sair da zona de conforto e procurar ajuda. Tudo tem seu tempo, todos nós temos o nosso tempo, a mudança não surge da noite pro dia. Mas enfim, eu acho que você já entendeu essa parte. Como o tempo passa rápido! Semana que vem você fará 16 anos e será mais uma etapa da sua vida: que renovação hein!? Novos sentimentos vindo, novas oportunidades rolando... e por aí vai. Jamais se esqueça de tirar o melhor das coisas, em ver o lado bom (mas sem sonhar muito alto, continue sendo que nem eu, um realista otimista!). No fim é isso, continue vivendo a vida com intensidade e amor, pois talvez seja esse o sentido mesmo, sei lá, quem sou eu pra falar alguma coisa. Eu fico por aqui, fique bem!

CICLOS (Janeiro 2022)

Mais uma vez a mana falando para eu escrever um texto sobre adolescência. Muito provavelmente irei agradecer ela depois quando mais velho ao sentir a nostalgia mas enfim. Escolhi esse título pois acho que representa muito bem a fase com que venho vivendo ultimamente. Essa palavra possui um significado tão simples mas ao mesmo tempo tão completo que só de ler é, de certa forma, reconfortante: ciclos encerram-se e novos surgem. Basicamente é isso. Acredito que a vida seja uma espécie de "série da netflix",  composta por um enredo detalhado, vários elencos (figurantes, antagonistas, personagens principais e etc.), vários cenários, vários furos de roteiro e dividida em temporadas, que a cada nova, surpresas nos aguardam. Ainda na analogia, o que quero dizer é: tudo nessa vida passa - e quando digo tudo me refiro a tudo. O que significa que momentos, problemas e pessoas vem e vão e tá tudo bem ;). Por isso vivo pelas memórias, porque elas serão tudo o que terei ao morrer. Tudo que conquistamos quanto a material fica na Terra, só levamos consigo as experiências. Sigo tentando então, viver uma vida livre de arrependimentos (convenhamos que é impossível mas faz parte), pois se algum momento é bom torna-se memória e se ruim, aprendizado. O passado já foi e o que importa é o agora pois é a única coisa que temos. Bem coach ja posso dar palestra KKKJJJKLK. Mas é verdade ue, se a morte é a única certeza que temos, então questiono: porque temê-la? Qual o sentido de limitar-se? Sejamos livres, livres de lamentações, livres de alma, livres de pensamento. Ciclos criam-se, encerram-se e se reconstroem, seja livre para se reerguer na propria chama, como se renovar sem antes virar cinzas? (Parafraseado de Nietzsche mas não dá nada)Venho aprendendo também que mesmo a vida sendo uma série, ninguém recebe o roteiro bonitinho do que fazer, como fazer ou quando fazer. A vida te da a porrada, mas depois um dorflex e uma cadeira pra descansar. Dependendo da pessoa, até um sofá com travesseiro. O que quero dizer é que ninguém vai correr por você, ninguém vai abraçar a sua luta como você vai. A obra ta la bem bonita, mas só você sabe dos bastidores e de quantas vezes ensaiou e pensou em desistir, mesmo querendo fazer dar certo. E deu, tenho certeza. Esse texto alem de ser sobre adolescência, é também um tipo de diálogo com o meu eu do futuro, espero que alguma coisa faça sentido pra você (pra mim fazKK).
Bom eu tenho 17 anos hoje (14 de janeiro de 2022) e sobre a adolescência em si é aquelas coisa: nem sempre temos razão, é um s@co as pessoas perguntarem "o que você vai fazer de faculdade?" sendo que eu não sei nem o que vou comer de almoço. Muita vibe, vários questionamentos, olhar para o passado com novos olhares e olhar para as coisas em si com diferentes pontos de vista. Amadurecer envolve várias coisas, mas respeitar e entender o outro entra também.     O pior atualmente talvez seja essa questão do futuro. Os dias passando e esse ano faço 18 (embora não acho que vá mudar muita coisa) e tenho pequenas ideias do que quero fazer que seria empreender e construir bastante riqueza. 18tou vou poder ser preso, comprar bebida sem ficar com aquela coisa de ser algo errado e tirar a carteira - pra isso estou ansioso quero dirigir mo dahora. Foda é não pagar meia no cinema só.    Agora agora seus dias têm sido bem bons né, só beija, vai na academia, joga e come comida boa da mãe, não só da mãe porque a gente ajuda ela muitas vezes. Andar de bike sempre vai ser prazeroso (principalmente high, papo reto) e chegar em casa e jogar valorant é tudo. Vida até agora livre de grandes responsabilidades e preocupações, mas sinto que daqui em diante tudo vai ficando maior e melhor.    Vibe como nunca ne, principalmente ouvindo musica porque as imersoes são tão boas que sentir a música é foda john b. TU NAO PARA DE FICAR SE OLHANDO NOS VIDRO E NOS ESPELHO DE CASA, agora que ta ficando forte KKKKK. Teu cabelo ta compridinho e estamos pensando em fazer mullet daqui uns dias para dar uma variada mas não sei, sempre fomos indecisos e assim tá bom mas será..    Gordinha se foi faz um mês e tadinha ela faz falta as vezes, ela era tao querida ne ce sabe. Mas enfim, o lucky foi para o carmo e era o melhor para agora porque não estavamos em condições de cuidar: nao criasse tanta responsabilidade ainda (17 anos vai quando lek). Simbinha brincalhao e fofo como sempre, mesmo com o pelo raspado. Polaco fica o dia inteiro fora e so vem pra casa pra dormir.    Nao para de abraçar e beijar a mae, tadinha ela nao aguenta mais. O pai ta aquelas coisa, de vez em quando ia trrabalhar com ele de chapa no caminhao e aí era massa mas agora ta meio ble. contece


Valorant: dois ano no mesmo elo é foda
Trap (mc igu, brandão e virgingod)
Tentando focar na academia
Pamonha (legalize porr)
Ancap como sempre
Anime favorito: hunter x hunter (mesmo n assistindo mais direito)
Comida favorita : macarrão óbvio
joão bernardo (in progress)

Isabella Lanave

Isabella Lanave, Brazilian, Latin American, Women Photographer, Visual artist, Photojournalist, Curitiba, Brazil.
Website via Visura

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